O mais conceituado galardão de arquitectura do mundo - Prémio Pritzker - foi hoje entregue aos arquitectos  japoneses, Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa. O júri  elogia os dois arquitectos, parceiros na agência SANAA,  por criarem estruturas luminosas que se integram harmoniosamente com a  paisagem circundante, destacando o edifício Christian Dior, em Tóquio, o  pavilhão de vidro do Museu de Arte de Toledo e o novo Museu de Arte  Contemporânea em Manhattan, Nova Iorque (na imagem).
 
«As construções de Sejima e Nashizawa dão a ilusão de serem simples»,  sublinhou o júri, que aplica ainda ao trabalho da dupla os adjectivos  "delicado", "poderoso", "fluido" e "engenhoso". A directora executiva do  Pritzker, Martha Thorne, acrescentou que a arquitectura desta dupla  “explora as ideias de leveza e transparência e força as fronteiras  destes conceitos a ir até novos extremos”. 
 
Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa são responsáveis pelo desenho de  edifícios do Japão à Holanda, passando por Inglaterra, Espanha ou  França. Além do edífício do New Museum de Nova Iorque (2007)  Sejima e Nishizawa são autores do Pavilhão de Vidro do Museu de Arte de  Toledo (2006), do O-Museum em Nagano (Japão), do Museu do Século XXI de  Arte Contemporânea em Kanazawa (também no Japão), o De Kunstline  Theatre na Holanda e da Escola Zollverein de Gestão e Design em Essen  (Alemanha). 
 
Os arquitectos japoneses estão neste momento a desenvolver um  projecto para um edifício multifuncional que deverá albergar as reservas  da Fundação de Serralves.
É a quarta vez que  arquitectos japoneses são distinguidos com o Pritzker.
 
 
Concedido pela Fundação Hyatt, foi criado em 1979 pelos Pritzker, uma  abastada família de Chicago, proprietária da cadeia de hotéis Hyatt.
 
 
Lista dos premiados:
 
 1979 Philip Johnson (EUA, 1906-2005) 
1980 Luis Barragan (México,  1902-1988) 
1981 James Stirling (Reino Unido, 1926-1992) 
1982  Kevin Roche (EUA, 1922) 
1983 Ieoh Ming Pei (EUA, 1917) 
1984  Richard Meier (EUA, 1935) 
1985 Hans Hollein (Áustria, 1934) 
1986  Gottfried Boehm (Alemanha, 1920) 
1987 Kenzo Tange (Japão, 1913) 
1988  Gordon Bunshaft (EUA, 1909-1990)/Oscar Niemeyer (Brasil,1907) 
1989  Frank Gehry (Eua, 1929) 
1990 Aldo Rossi (Itália, 1931-1997) 
1991  Robert Venturi (EUA, 1924) 
1992 Alvaro Siza (Portugal, 1933) 
1993  Fumihiko Maki (Japão, 1928) 
1994 Christian de Portzamparc (França,  1944) 
1995 Tadao Ando (Japão, 1941) 
1996 Rafael Moneo (Espanha,  1937) 
1997 Sverre Fehn (Noruega, 1924) 
1998 Renzo Piano (Itália,  1937) 
1999 Norman Foster (Reino Unido, 1935) 
2000 Rem Koolhaas  (Holanda, 1944) 
2001 Jacques Herzog (Suíça, 1950)/ Pierre de Meuron  (Suíça, 1950)
2002 Glenn Murcutt (Austrália, 1936)
2003 Jorn Utzon  (Dinamarca, 1918)
2004 Zaha Hadid (Reino Unido, 1950)
2005 Thom Mayne (EUA, 1944)
2006 Paulo Mendes da Rocha (Brasil, 1928)
2007 Richard Rogers (Itália, 1933)
2008 Jean Nouvel (França, 1945)
2009 Peter Zumthor (Suiça, 1943)
 
(Publicado no Jornal i em 29/03/2010)